segunda-feira, 21 de junho de 2010

O Círculo Temporal Potteriano e a Predestinação Ilusória

Ah, o tempo! Como é fascinante e encantador! Durante certa madrugada insone, estava eu no twitter, quando o destino (ou uma escolha casual) fez minha caríssima Carol postar uma dúvida sobre o tempo e madrugada afora fomos nós discutindo os mistérios temporais... E cá estou eu para tentar desenvolver uma análise do tempo potteriano e de algumas de suas implicações. Reservem algum tempo para ler e compartilhar seus pensamentos. Apreciem.

A propósito, adicionei um parágrafo ao texto para esclarecer alguns pontos pendentes.

O que é tempo? Se há uma resposta, ela é inerente à racionalidade de que somente os seres humanos são dotados, uma vez que se relaciona com a percepção humana das sucessivas mudanças do espaço. Observamos o sol, as fases da lua, os períodos de crescimento das plantas e de ocorrência de diversos fenômenos naturais, determinamos estações do ano, criamos calendários e relógios... Tudo isso para tentar entender, medir, controlar o tempo e adequá-lo às nossas necessidades. E não é simples chegar a uma possível definição. Em certa versão do Aurélio, define-se o tempo como “um meio contínuo e indefinido no qual os acontecimentos parecem suceder-se em momentos irreversíveis” – note-se que mesmo a definição do dicionário julga-o indefinido. Certamente que se trata de um dicionário trouxa... A bruxidade desenvolveu um peculiar instrumento que torna o tempo reversível: o vira-tempo. O objeto curioso interfere nesse intrigante e enigmático meio que é o tempo. Talvez não seja impróprio incluí-lo na categoria dos mistérios mais profundos de que trata a primeira das Leis Fundamentais da Magia de Adalberto Waffling, ainda considerando a existência de uma seção no Departamento de Mistérios que se ocupa com a manipulação e o estudo do tempo. Proponho-me, a partir destas considerações sobre o tempo, a analisar a forma como o enxergo, a forma como é tratado em Harry Potter – mais precisamente em Harry Potter e o Prisioneiro de Azkaban – e o motivo por que acredito que seja tratado dessa forma. Vejamos.


Imaginemos, inicialmente, o tempo como uma linha reta: estende-se indefinidamente em, a princípio, apenas um sentido. Em seguida, munidos de um vira-tempo, suponhamos uma viagem temporal ao passado, isto é, uma retrocessão – em sentido, logicamente, inverso – a certo ponto. A partir do momento em que qualquer mudança é feita no passado, surge um ramo secundário daquela linha reta inicial – exatamente no ponto-destino – que se desenvolve de acordo com os desdobramentos das interferências que a viagem temporal provocou. Talvez o segmento da linha reta original posterior ao ponto-destino em que se originou o novo ramo continue existindo noutra dimensão, embora já não seja possível retornar a esse segmento. De qualquer forma, esta visão aborda uma noção de linearidade temporal, em que a consequência de uma viagem ao passado seja necessariamente o surgimento de um novo ramo. Esta concepção de funcionamento do tempo não inviabiliza o efeito causado pelas escolhas que podemos fazer, isto é, não inviabiliza o livre-arbítrio pleno e determinante e está de acordo – presumo – com a ideia de destino maleável presente nas obras de J. K. Rowling.

Em Harry Potter, por outro lado, quando Harry e Hermione têm de regressar no tempo para salvar “mais de uma vida inocente”, os eventos já haviam ocorrido e/ou já estavam em curso devido à interferência simultânea dos mesmos. Bicuço já havia sido salvo, embora não o tivessem percebido, e Sirius já estava escapando, embora ainda não soubessem. Essa concomitância de eventos pressupõe a concepção circular e infinita do tempo, isto é, os eventos ocorrem simultaneamente – as “versões” de Harry e Hermione anteriores e posteriores à viagem coexistem e interagem entre si – e teriam necessariamente de repetir-se para todo o sempre, considerando a brilhante resposta da corvinal Luna Lovegood: “um círculo não tem princípio” – nem fim. Essa concepção também alude necessariamente à existência de dimensões múltiplas: se não houvesse tais dimensões, seria impossível que a sequência temporal tivesse continuidade e os viajantes ficariam aprisionados no círculo sem fim; cada nova repetição deve ocorrer em uma dimensão distinta, infinitamente. A maneira como J. K. Rowling desenvolveu a estrutura do tempo dá margem à teoria de que os eventos são determinados previamente, de que há um destino predefinido, de que não existe alvedrio e de que as escolhas sempre convergirão para consequências predeterminadas. Isso seria assaz contraditório, desdiria as sábias palavras de Dumbledore acerca das escolhas e de como revelam quem somos e faria da adivinhação um dos campos mais precisos da magia.

Na realidade, Bicuço nunca fora morto, Harry sempre fora salvo por seu próprio patrono, justamente porque a viagem causa uma distorção na estrutura do tempo, produzindo um círculo e tornando inexistentes os eventos que poderiam ter ocorrido, se a viagem não fosse realizada. Temos a impressão, devido à simultaneidade dos eventos, de que versões de Harry e Hermione provenientes de outra dimensão precisaram ter feito a viagem anteriormente para que, por exemplo, Harry fosse salvo. Isso não acontece, a meu ver. A viagem ocorre em uma mesma dimensão com “versões” de Harry e Hermione que se distinguem pela consciência dos acontecimentos, isto é, as versões anteriores não sabem o que houve, não sabem quem foi o responsável pelos salvamentos; já as versões posteriores (e definitivas para esta dimensão) têm consciência de que foram os responsáveis por tudo. As repetições seguintes da viagem é que devem suceder em outras dimensões. A iniciativa de empreender a viagem no tempo e a distorção estrutural por ela causada provocam a inexistência de quaisquer eventos ocorridos sem a interferência dos viajantes, de modo que não é possível determinar o início das ações e isto é o que torna o tema complexo deveras.

A compreensão linear do tempo é mais coerente em sua teoria, visto que explica com mais propriedade sua possível lógica de funcionamento. Contudo, no desenvolvimento de uma história planejada, é quase impossível administrar a formação de um ramo inteiramente novo, em que os desdobramentos tornar-se-iam absoluta e imprevisivelmente diferentes dos “originais”. Seria incabível conceber a linearidade do tempo sem necessariamente recorrer a explicações complexas e inconvenientes. A escolha da acepção circular torna, a meu ver, a história muito mais verossímil, palpável e até mesmo instigante, disponibilizando um leque interessantíssimo de possibilidades de explicação e de teorias diversas.

Vale ressaltar, portanto, que o tempo em Harry Potter não pressupõe um falso livre-arbítrio, não nega o poder das escolhas nem torna imutáveis os acontecimentos. Como Lílian trocou a vida do filho pela própria, como o menino que sobreviveu preferiu pertencer a Grifinória, como Harry e Rony resolveram ir à procura de Hermione no banheiro feminino, como Flamel concordou em destruir a pedra filosofal e viver a grande aventura seguinte, como O Eleito escolheu voltar à vida e enfrentar Voldemort, somos senhores do nosso próprio destino e não há maldição imperdoável, profecia ou folha de chá mais poderosa que a nossa esplêndida e intrínseca capacidade de escolher e, mais do que isso, de discernir a escolha certa.

19 comentários:

  1. Quando vi (yes, I was a poser) PdA pela primeira vez, fiquei muito WTF o.o Meu pensamento era: "Espera: quando o Harry e a Hermione voltaram, repetiram os mesmos passos que suas versões mais no passado fizeram, vide a pedra na cabeça do Harry e a jarra quebrada. Se as versões mais no passado fizeram assim, há as versões que estavam no passado mais ainda, e depois mais e mais ainda no passado... Ou seja, é um ciclo sem fim" Tinha oito anos, sintam-se orgulhosos pelo meu pensamento prematuro *-* (-n)

    Acredito que existem dimensões, sim. Uma em que Harry, como foco central de toda história, não disse "sonserina não" e acabou caindo nessa casa, assim virando amigo de Malfoy e sendo "ensinado" a odiar os sangues ruins e traidores do sangue. Onde Voldemort tem Harry como seu braço direito, após voltar à vida no segundo ano do garoto, porque, claro, por que Harry salvaria uma traidorazinha de sangue que estava morrendo na Câmara Secreta? Ele provavelmente odiaria Ron e, assim, toda a sua família (isso é uma ideia de fic minha, até. Mas a Ginny sobreviveria de alguma forma, pois a fic é H/G xD)

    Viram? Uma "fala" que mudou o percurso de tudo. É.

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  2. "Ah, o tempo! Como é fascinante e encantador! Durante certa madrugada insone, estava eu no twitter, quando o destino (ou uma escolha casual) fez minha caríssima Carol postar uma dúvida sobre o tempo e madrugada afora fomos nós discutindo os mistérios temporais..." Eu quem o influenciei a escrever a coluna, sintam o poder, ahuahauhauahuahuahauha

    Como já debati isso com você durante uma hora, naquele dia, acho que nem tenho mais o que falar. Mas quero "reforçar" que concordo apenas quanto à intenção de Jo ao escrever, porque minhas idéias de tempo são outras. Eu acredito que o tempo em Harry Potter é predefinido, porém que não é ao mesmo tempo, ahauhauahuah Acredito que para Jo não foi predefinido, quero dizer, porque isso contradiz totalmente a frase de Dumbledore, mas, pra mim, sendo um círculo, o futuro dependeu do passado, porém o passado dependeu do futuro, o que justifica minha idéia de predefinição.

    Ótimo texto, Lub's! \o/

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  3. Coluna complexa, tal qual o é o tempo. Bom, eu não tenho uma opinião muito bem definida sobre isto, mas se há uma seqüência que me intriga na saga Potter é esta do vira-tempo.

    De fato, e mesmo através da leitura da coluna eu ainda não consegui chegar a tal conclusão, tenho a dúvida se o que eles fizeram ali foi mesmo por livre arbítrio porque sabemos que quando Harry e Hermione que voltaram ao passado chegam de volta à enfermaria, os Harry e Hermione daquela nova dimensão (sim, concordo plenamente com o conceito das dimensões) estavam voltando ao passado, indo ocupar o lugar de outros Harry e Hermione em outra dimensão, já que os dois desta nova dimensão também irão voltar no tempo. É um ciclo, interminável e, como você falou, abrangendo infinitas dimensões.

    Isso que dá mexer com o tempo. Mas eu sempre fico em dúvidas, naquela coisa do "quem nasceu primeiro, o ovo ou a galinha"... vejam: Harry viu alguém conjurando o Patrono e achou que fosse seu pai; quando volta ao tempo, percebeu que quem conjurou foi ele mesmo, só que um Harry de outra dimensão, que já voltara no tempo. Então a dúvida fica em saber onde a coisa toda começou. Como você bem disse, um círculo não tem princípio nem fim; e essa é uma resposta sensata, embora eu ainda fique encucado bastante encucado tentando achar uma "explicação racional".

    Mas quem sabe seja isto mesmo... o tempo é algo complexo demais, indefinido demais, para ser compreendido por nossas mentes limitadas.

    P.S.: estou com a impressão de que falei, falei e não disse nada. É, esses assuntos complexos e cíclicos causam esse tipo de reação em mim, às vezes.

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  4. Discutindo com o Luan via MSN, acabou me surgindo uma teoria muito louca aqui hahaha... deixa eu chegar a alguma conclusão que comento aqui de novo.

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  5. Em teorias "reais" sobre o tempo (principalmente quando eu estava vendo Lost, havia muitos nerds em física falando isto), há a coisa do tempo dar um jeito de consertar mudanças, como que um mecanismo de defesa... Para que não haja contradições, erros de percurso... catástrofes temporais.

    Ao meu ver (e, graças à sua coluna, é a primeira vez que estou pensando MESMO sobre isso):
    - Existe o tempo.
    - E há várias dimensões, em que há "cópias" de nós mesmos, vivendo igual, mundos iguais, etc; que é, na verdade, uma forma do tempo tentar consertar as coisas, tendo várias cópias do "rumo certo", ele pode consertar eventuais mudanças.

    Então, um Harry e uma Hermione de uma dimensão em que Bicuço morreu (Sirius estava para receber o Beijo do Dementador e etc) resolveram voltar no tempo. Eles precisavam alterar os fatos e usaram o vira-tempo.

    Só que eles não mudariam os fatos de sua "própria dimensão". Eles caíram em outra dimensão, em que havia um Harry e Hermione que estavam lá, tristes, vendo a morte de Bicuço... quando o Harry e a Hermione que voltaram ao passado, estavam consertando as coisas (veja, estou supondo que na dimensão dos "primeiros" Harry e Hermione, tudo deu errado... eles voltaram no tempo, caíram em outra dimensão, e estão mudando as coisas).

    Só que, como eu falei lá em cima, o tempo tem que consertar o rumo. Não há como coexistirem dois Harrys e duas Hermiones em uma dimensão. Por isso, a partir do livre arbítrio dos "Harry e Hermione iniciais", gerou-se um ciclo nas demais dimensões, como se os demais "Harrys e Hermiones" fossem apenas repetir a volta ao tempo, de modo a evitar a morte de Bicuço em outra dimensão e, principalmente, impedindo a coexistência de Harrys e Hermiones em uma mesma dimensão.

    Com isso, estou supondo que na dimensão "original", Bicuço morreu e, talvez, Sirius tenha recebido o beijo do dementador. Porém, a partir do momento em que eles voltaram ao tempo até um certo ponto em que poderiam mudar os fatos em outra dimensão, as demais dimensões terão uma trajetória diferente: Bicuço vivo; Sirius em fuga; a história que nós conhecemos.

    Assim, não estou exatamente cancelando o livre arbítrio. Graças aos "primeiros" Harry e Hermione que decidiram voltar no tempo (livre arbítrio), Bicuço e Sirius foram salvos. Como FORMA DE CONSERTAR as coisas, aí o tempo "fez" com que os outros Harry e Hermione repetissem o feito. Uma predestinação gerada por um livre arbítrio inicial.

    P.S.: meu Deus, eu devo ter viajado muito '-'

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  6. Agora, conversando com o Flávio no MSN, consegui chegar a outra conclusão.

    Quando você viaja no tempo, só pode ir ao passado, porque o futuro não existe e as viagens têm justamente o propósito de modificar o futuro, uma vez que, inevitavelmente, se você volta ao passado é porque está insatisfeito com o presente.

    O presente, porém, é o futuro, porque, como este não existe, as únicas dimensões existentes devem se adequar às circunstâncias para se transformarem em outras, sendo assim: Passado -> Presente e Presente -> Futuro.

    Por exemplo, se Hermione estava assistindo à uma aula no presente, mas volta ao passado para assistir outra ao mesmo tempo, o passado passa a ser o presente e a Hermione do presente se torna a do futuro. Meio que a dimensão não se transforma em outra literalmente, mas, para quem viaja, sim.

    (por favor, alguém me diga que entendeu esse comentário, porque o Flávio não entendeu nada XD)

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  7. Bom, eu estava esperando os comentários para participar da discussão, e, é claro, pra por lenha na fogueira. haha =p

    Flávio, não sei se isso anula sua teoria, pq ficou um tanto confuso mesmo... se, na série harry potter existissem outras dimensões e se um harry e uma hermione de outra dimensão tivessem voltado para a dimensão dos personagens originais, a propóstio da utilização do vira-tempo por hermione seria inútil, já que ele adquiriu tal item para vijar de volta ao passado e assim poder estudar mais; o que quer dizer que, tendo sido hermione bem sucedida nisso, a hermione de uma só diemnsão viajou de volta no tempo a sua própria dimensão, já que ela adquiriu novos conhecimentos. uma hermione de outra dimensão poderia ter estudado para ela e depois ela se tornaria essa hermione? Gente, que confuso hauahaua

    A definição de que o tempo é linear é algo simplesmente inventado. viagens do tempo, teoricamente falando são possíveis, se me lembro bem das minhas aulas de física... também não tenho uma opinião formada sobre o tempo, sobre predestinação e livre arbítrio. Sempre temos escolhas. Temos? Pensem bem em suas experiências, em seus amigos, nas pessoas que vocês conheceram e construíram uma amizade... um segundo diferente, um carro que poderia ter te atrapalhado no trânsito, poderia ter simplesmente arruinado tudo isso... uma escolha poderia mudar tudo... nossas amizades seriam diferentes, nossas vidas seriam diferentes...

    profundo, profundo... seria uma escolha uma chave para determinado futuro pré-determinado? ou tudo é por acaso? teria j.k. rowling passado por uma série de experiências para então escrever algo que mudaria a literatura? estaria eu pré-destinado a estar comentando aqui? afinal, conheci o flávio há anos... e olha só onde estamos.

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  8. Não concordo com você, Flávio. Para mim, dimensões são alternativas, ou seja, com fatos diferentes. Não há, pelo menos que saibamos, como ir para outra dimensão. Hermione vai à aula de DCAT, volta ao passado e vai para a de Runas. A realidade em que ela vive continua a mesma.

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  9. Vinícius, eu estava discutindo isso da Hermione com a Carol, e não acho que anule a teoria.

    Hermione quer estudar várias disciplinas. Só que há algumas que ocorrem no mesmo horário. Então ela precisa de um vira-tempo para "estar em dois lugares ao mesmo tempo".

    Então, digamos que Hermione tenha aula de DCAT e Runas às 08 horas. Hermione vai pra aula de DCAT. Termina a aula e pensa "Agora, lá vou eu pra aula de Runas". E volta no tempo em 1 hora. Quando ela volta no tempo, seguindo o raciocínio do comment anterior, ela vai para outra dimensão... ela não volta no tempo na mesma dimensão. Para mim, é como se a viagem no tempo representasse um pulo para outro ponto temporal de outra dimensão.

    Então, ela sai das 09 hs da dimensão X, tendo recém-assistido aula de DCAT, e chega às 08 hs da dimensão Y. Aí ela vai lá, assiste a aula de Runas (naturalmente, evitando se encontrar com a outra Hermione, que está assistindo aula de DCAT no momento) e depois... "Agora vou ter que voltar para onde eu estava"... e adianta 1 hora no vira-tempo (que foi o que ela teve que voltar) e acaba retornando para a dimensão x às 10 horas da manhã.

    Para mim, quando a Hermione da dimensão X usa o vira-tempo para ir para a dimensão Y, ela "some" da dimensão X. Se Rony e Harry procurarem-na na dimensão X, não vão encontrá-la... ela não está lá! Ela está na dimensão Y. Para mim, isso explica a coisa do Rony dos livros se assustar quando Hermione "surge do nada" e, ainda, deles se perguntarem "por onde você andou?".

    Voltando da dimensão Y para a X ela não estará "viajando para um futuro em que uma Hermione fez algo desconhecido", porque quando ela sai de X para Y, ela "deixa de estar presente" em X! Quando ela volta de Y para X, portanto, é como se, para os demais, ela tivesse tomado um chá de sumiço e resolveu depois aparecer!

    Em resumo: A Hermione de X vai para Y. "Deixa de existir" em X e ficam duas Hermiones em Y. Depois, ela retorna para X, "voltando a existir" em X, calculando o tempo exato que ela passou "fora".

    Deu pra entender? :X

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  10. Acho que consegui entender o que você disse. Mas é necessário usar o vira-tempo para voltar a realidade normal, ao horário certo? Não me lembro, mas estou bem poritivo que não. Nesse caso, o vira-tempo serviria para um pulo entre dimensões.

    Se, novamente, a memória não me trai, a Hermione sempre volta no tempo dentro de um armário. Em uma passagem de PdA muito bacana, ela "some do nada" e reaparece na frente de Harry e Rony um pouco mais a frente, subindo uma escada.

    Bom, se o futuro influencia o presente, certamente o futuro "comanda" o presente, mas sendo o futuro o resultado do presente, o presente "comanda" o futuro. Um círculo não tem príncipio nem fim. Nem minhas idéias. ._.

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  12. De fato, o vira-tempo parece que é utilizado apenas uma vez mesmo. Mas isso não anula a teoria.

    Ela usa o vira-tempo, sai da dimensão X pra Y. Faz o que tem que fazer em Y e, ao tempo que ela determinou ao utilizá-lo, retorna à dimensão X.

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  13. Este comentário foi removido pelo autor.

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  14. O tempo realmente é um tema complexo, já que para analisarmos por completo precisamos abandonar a visão conservadora que temos. Essa coluna me lembrou algumas reportagens sobre a possibilidade (?) de um dia o ser humano construir uma espécie de máquina do tempo. E aí são discutidos temas como o "paradoxo do avó", ou seja o que aconteceria se você ao voltar no tempo alterasse acontecimentos que interfeririam em sua existência (por exemplo,matar seu avô antes de conhecer sua avó, daí o nome do paradoxo). Mas aonde eu quero chegar com isso? Bem, seria o tempo algo já estabelecido, pré-determinado ou vivemos apenas numa espécie de realidade paralela (um pouco "Lost" rsrs), coexistindo com outras realidades (seria o conceito já falado sobre várias dimensões)? Harry Potter, em especial, o "Prisioneiro de Azkaban", me fez refletir muito sobre isso. Eu, por enquanto, estou aceitando mais a ideia de realidades paralelas, mas como eu disse antes, é muito complicado analisar esse tema, porque nossa mente ainda está muito presa às teorias da Física Clássica, o que torna o tempo um assunto aue pode até ser mais maleável para as teorias, mas difícil de ser encarado na prática (pelo menos, para a maioria das pessoas, e eu me incluo nessa, não consigo chegar numa conclusão exata).

    Eu não acho que a existência de várias dimensões eliminaria o livre-arbítrio, acho que ele existe em cada realidade e a junção das consequências desse livre-arbítrio em cada realidade é que daria a impressão de uma predestinação.

    Nossa, senti agora que meu comentário ficou muito, mas muito confuso (mas eu estou assim também hehehe). Enfim, ótimo texto!

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  15. Parei de ler em "Certamente que se trata de um dicionário trouxa..."

    Isso vai render e muito. Minhas experiências no orkut com essa discussão que o digam. =|

    Por ora, gostei da ideia da coluna.

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  16. Eu concordo com o curto comentário da Marina Anderi, a realidade em que ela vive continua a mesma. Mas é um assunto intrigante, o tempo.

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  17. E eu sei que vou ter que reler esse post mais umas dez vezes pra conseguir postar um comentário válido D:

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  18. Olá.

    Soube da existência do blog num tweet do Potterish e, através do exercício do meu livre arbítrio, decidi lê-lo. E estou adoraaaando! Os textos são muito bons e geram muitas reflexões interessantes para se entender e compreender essa série maravilhosa que é Harry Potter e que eu acompanho desde que o primeiro livro foi publicado.

    Em relação a questão de viagens no tempo, realmente é um tema bem complexo e que exige horas e horas de reflexão, debate e quebra de cabeça para tentar se chegar a algum lugar. E como disse Vinícius ali em cima, viagens no tempo são possíveis de acordo com a física. Algo que ajuda na tentiva de compreensão desse tema é assistir a outros filmes que tratam do mesmo assunto, visto que viagem no tempo é tratado da mesma maneira pelo menos pela maioria dos filmes que a retratam. Alguns que indico são Linha do Tempo e Star Trek, além do clássico De volta para o futuro.

    Apesar de muitíssimo confuso, adoro discutir viagens no tempo XD.

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  19. Comentário fora de contexto...

    Parabéns pela iniciativa de criar este blog! Sempre quis acompanhar um blog de Harry Potter que se propõe à análise da série e de assuntos relacionados a ela, e finalmente encontrei!

    =]

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